'Como poderei te abraçar agora?': Imagem de criança que perdeu braços em Gaza vence World Press Photo 2025; foto no Amazonas foi finalista
17/04/2025
(Foto: Reprodução) Premiação, a mais importante do fotojornalismo mundial, escolheu foto de menino que teve braços amputados após bombardeio na Cidade de Gaza. Foto que retrata seca do rio Solimões, nos arredores de Manaus, foi uma das duas finalistas. Imagem de Mahmoud Ajjour, menino de 9 anos que perdeu os dois braços em um bombardeio na Cidade de Gaza em 2024 é a vencedora do World Press Photo 2025.
Samar Abu Elouf, for The New York Times/World Press Photo via AP
A imagem de um menino que perdeu os dois braços durante um bombardeio na Faixa de Gaza venceu o World Press Photo 2025, a premiação de fotojornalismo mais importante do mundo. Uma outra foto, tirada no Amazonas, foi uma das finalistas (veja abaixo).
A foto, tirada pelo fotógrafo palestino Samar Abu Elouf, radicado no Catar, para o jornal "The New York Times", mostra Mahmoud Ajjour, de 9 anos, sem os braços logo abaixo dos ombros.
“Uma das coisas mais difíceis que a mãe de Mahmoud me contou foi que, quando Mahmoud percebeu que seus braços estavam amputados, a primeira frase que ele disse a ela foi: ‘Como poderei te abraçar?’”, disse Abu Elouf em um comunicado divulgado pela World Press Photo.
O vencedor da 68ª edição do prestigiado concurso de fotojornalismo foi selecionado entre 59.320 inscrições enviadas por 3.778 fotógrafos de 141 países.
“Esta é uma foto silenciosa que fala alto. Ela conta a história de um menino, mas também de uma guerra mais ampla que impactará gerações”, disse Joumana El Zein Khoury, diretora executiva da World Press Photo.
Em um comunicado, a organização afirmou que Ajjour foi atingido enquanto fugia de um bombardeio de Israel à Cidade de Gaza em março de 2024. "Depois que ele se virou para dizer à sua família que seguisse em frente, uma explosão decepou um de seus braços e mutilou o outro", disse a World Press Photo em comunicado.
"A vida deste jovem merece ser compreendida, e esta imagem faz o que o fotojornalismo pode fazer: fornecer um ponto de entrada em camadas para uma história complexa", disse a presidente do júri, Lucy Conticello.
A fotógrafa vencedora, Abu Elouf, também teve de ser evacuada de Gaza, em dezembro de 2023, e agora mora no mesmo complexo de apartamentos que Ajjour, em Doha, capital do Catar.
Este é o segundo ano consecutivo que uma imagem de Gaza vence a premiação. No ano passado, a foto de uma mulher com o corpo de sua sobrinha nos braços foi a escolhida pelo World Press Photo.
Inas Abu Maamar, 36, segura o corpo de sua sobrinha, Saly, de 5 anos, em Khan Younis, na Faixa de Gaza
Mohammed Salem/Reuters
Finalista do Amazonas
Um jovem leva comida para sua mãe, que mora na aldeia de Manacapuru, no Amazonas. A aldeia já foi acessível por barco, mas, por causa da seca, ele precisa caminhar 2 kms ao longo do leito seco do Rio Solimões para chegar até lá. Série de fotógrafo mexicano sobre a seca na Amazônia foi vencedora na categoria Histórias
Musuk Nolte/Panos Pictures/Bertha Foundation via World Press Photo/Divulgação
Os organizadores do concurso também nomearam dois finalistas do World Press Photo que destacaram as questões de migração e mudanças climáticas.
Um deles é uma imagem feita em Manacapuru, na região metropolitana de Manaus, no Amazonas.
Na foto, tirada pelo fotógrafo mexicano Musuk Nolte, um jovem leva comida para sua mãe, que mora em Manacapuru. A aldeia já foi acessível por barco, mas, por causa da seca, o jovem, segundo a premiação, precisa caminhar 2 quilômetros ao longo do leito seco do rio Solimões para chegar até lá.