Rodoviários mantêm paralisação do transporte coletivo em Manaus pelo segundo dia; greve afeta 300 mil pessoas
16/04/2025
(Foto: Reprodução) A reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 12% e a permanência do espaço dedicado aos cobradores em ônibus de algumas empresas. Rodoviários mantém paralisação do transporte coletivo em Manaus pelo segundo dia
Rodoviários que atuam no transporte público mantiveram pelo segundo dia a paralisação de 30% da frota de ônibus que circula em Manaus, nesta quarta-feira (16). Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), mais de 300 mil usuários estão sendo afetados diretamente.
A iniciativa foi do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus, após uma decisão judicial autorizar a greve dos trabalhadores do transporte público.
A reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 12% e a permanência do espaço dedicado aos cobradores em ônibus de algumas empresas.
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Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), nesta quarta-feira, 397 veículos de sete empresas estão parados desde às 4h.
Ao g1, usuários que estavam no Terminal 3, localizado na Zona Norte de Manaus, reclamaram que neste segundo dia de greve os ônibus demoraram mais tempo para chegar do que no primeiro dia, e que também houve tumulto para entrar nos coletivos.
"Ontem foi difícil e hoje está sendo pior, tá demorando mais ainda. Se a gente for esperar por esses homens, tá difícil", disse o autônomo Francisco Silva enquanto aguardava o transporte.
Segundo a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11), 70% da frota tem que circular nos horários de pico das 6h às 9h e das 17h às 20h.
Já para os demais horários a circulação tem que ser no mínimo de 50% dos ônibus, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora de descumprimento.
A Justiça também proibiu qualquer bloqueio nas garagens das empresas ou qualquer ação que impeça o livre funcionamento do serviço público essencial, devendo eventuais manifestações ocorrer a no mínimo 150 metros das entradas dos estabelecimentos, sob a mesma penalidade.
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Lucas Macedo/g1 Amazonas
Sem acordo
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, Givancir Oliveira, afirmou que a paralisação de 30% da frota realizada nesta terça-feira (15) foi apenas um "aquecimento" para a greve oficial da categoria, que começou nesta quarta-feira (16).
No entanto, o movimento não se intensificou e não há previsão de que isso aconteça, de acordo com Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus.
Segundo Givancir, não houve avanço nas negociações durante a reunião realizada na tarde de terça-feira com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e a Prefeitura de Manaus.
Ônibus permanecem em garagem de empresa na manhã desta terça-feira (15)
Prefeitura e Sinetram se manifestam
A prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), informou que monitora, com máxima atenção, o movimento grevista anunciado pelo Sindicato dos Rodoviários e reforçou o que chamou de "respeito ao direito de manifestação dos trabalhadores", mas destacou que a responsabilidade com a coletividade deve prevalecer.
"O Executivo municipal defende o diálogo como instrumento fundamental para a construção de soluções equilibradas, que preservem os direitos da categoria e, sobretudo, assegurem a qualidade e a regularidade do serviço público de transporte à população", concluiu a nota.
O Sinetram informou que participou de reunião oficial na sede do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), com a presença de representantes da Prefeitura e do Sindicato dos Rodoviários de Manaus. Durante o encontro, foram discutidos temas como a retirada gradual da função de cobrador, em linha com a modernização do sistema de bilhetagem e os compromissos firmados pela Executivo com o Ministério Público.
Também foi iniciado o processo de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho 2025/2026, incluindo o debate sobre o reajuste salarial da categoria. "As negociações seguem em andamento, com propostas sendo apresentadas por ambas as partes em busca de soluções equilibradas", diz trecho da nota.
"O Sinetran reforça seu compromisso com o diálogo contínuo, buscando soluções que garantam a sustentabilidade do transporte público e a valorização dos trabalhadores, respeitando os limites econômicos e as condições do serviço prestado à população de Manaus."
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